terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Métodos de Datação

O que é a Estratigrafia?

A Estratigrafia é o ramo das ciências geológicas que investiga a distribuição temporal do registro geológico. De modo geral a estratigrafia dedica-se principalmente ao estudo das rochas estratificadas, e sedimentares. Mas, porque o estudo das rochas enquanto registro do tempo geológico teve início nesse tipo de rocha, a estratigrafia também estuda os diversos métodos datação dos eventos geológicos (neste caso não se restringindo às rochas sedimentares). Além disso, a estratigrafia também é responsável pela nomenclatura utilizada para designar grupos de rochas.

Datação

Desde cedo, e com a evolução da ciência que o homem estuda o passado mais longínquo. Ao longo do tempo foram desenvolvendo métodos de datação, técnicas para determinar a idade de certas formações geológicas.




Absoluta- Posteriormente, com o avanço da tecnologia e da ciência surgiram os métodos de datação absoluta.
Estes permitem estabelecer uma idade dita “numérica”, exacta a um determinado tipo de acontecimentos geológicos. São muito mais exactos que os métodos de datação relativa.
Os métodos de datação absoluta são:
Depósitos de varvas
Densidade de craterizaçao
Exposição aos raios cósmicos
Halos pleocróicos
Datações radiométricas (utilizando vários elementos químicos, ex: carbono -azoto e urânio -chumbo)


Relativa- Os métodos de datação relativa foram os primeiros a serem desenvolvidos, pois não dependiam de desenvolvimento tecnológico e sim do entendimento de processos geológicos básicos. Os princípios que permitem a datação relativa são bastante simples e a sua aplicação é quase sempre possível em campo quando mais de uma rocha ocorre no mesmo afloramento. A datação relativa permite estabelecer a sucessão temporal das rochas de uma região, formando uma coluna estratigráfica. As rochas são representadas numa coluna estratigráfica, de modo que as mais antigas são colocadas na base e as mais jovens no topo. Esta formalidade tem origem num dos princípios fundamentais da estratigrafia.


Princípio da sobreposição dos estratos

De acordo com o princípio da sobreposição, numa série de estratos na sua posição original, qualquer estrato é mais recente do que os estratos que estão abaixo dele e mais antigo do que os estratos que a ele se sobrepõem. Assim, um conjunto vertical de estratos, ou seja um conjunto de unidades litostratigráficas, forma uma sequência estratigráfica e representa um registo cronológico da história geológica de uma região.
A sequência estratigráfica põe ênfase na cronologia das camadas e na sucessão de ambientes sedimentares. A velocidade e as condições de sedimentação variam ao longo do tempo e pode mesmo haver períodos de interrupção da sedimentação. Se as rochas afloram durante essa interrupção, podem ser emersas e erodidas. Se, posteriormente, a sedimentação, devido a nova imersão, prosseguir, forma-se um estrato que assenta numa superfície erodida. Essa superfície representa uma superfície de descontinuidade.
As grandes descontinuidades no registo geológico, marcadas pela ausência de camadas mais ou menos espessas, designam-se por discordâncias estratigráficas simples ou lacunas ou discordâncias estratigráficas angulares que podem ser explicadas por ausência de sedimentações no local ou por erosão de camadas que existiam.



Princípio da continuidade lateral

Nalgumas situações, as camadas sedimentares podem ter grande desenvolvimento, em extensão lateral, sobretudo em águas profundas. Noutras situações, porém, têm reduzidas dimensões, correspondendo a fenómenos localizados e de curta duração. Mesmo nestas circunstâncias, é possível, por vezes, estabelecer correlações de idade entre camadas localizadas em lugares eventualmente muito distanciados.
Frequentemente, verifica-se que também pode ocorrer variação horizontal, isto é, lateral, das características da sedimentação. Assim, o mesmo período de sedimentação pode ocorrer em diferentes ambientes, originando estratos, ou sequências de estratos, onde se verifica uma passagem gradual de litologias. É que, num dado momento, as condições de sedimentação podem diferir de um local para outro.
Se, por exemplo, se reconhece que as rochas que se querem datar estão intercaladas em camadas que se reconhecem como idênticas, então pode estabelecer-se uma correlação entre as rochas intercaladas, mesmo que, de um afloramento para o outro, a natureza da rocha varie.



Princípio da intersecção

De acordo com o princípio da intersecção, toda a estrutura que intersecta outra é mais recente do que ela.



Princípio da inclusão

Segundo, o princípio da inclusão fragmentos de rocha incorporados ou incluídos numa rocha – encraves ou xenólitos – são mais antigos do que a rocha que os engloba.
Os geólogos utilizam os vários princípios enunciados para estabelecerem a cronologia relativa de uma série de acontecimentos geológicos e permitiu a construção de uma escala de tempo geológico baseada na seriação, em termos cronológicos, dos acontecimentos que marcaram a História da Terra desde a sua formação há cerca de 4600 Ma até aos tempos actuais.

Princípio da identidade paleontológica

As rochas sedimentares, devido à especificidade dos seus ambientes de formação, apresentam, com frequência, fósseis.
O princípio da identidade paleontológica admite que os grupos de fósseis aparecem numa ordem definida e que se pode reconhecer determinado período do tempo geológico pelas características dos fósseis, ou seja, estabelece que os estratos com o mesmo conteúdo fóssil têm a mesma idade.
Todavia, não são todos os fósseis que servem para datar terrenos. Só os fósseis de seres vivos que viveram durante intervalos de tempo curto e tiveram uma grande dispersão geográfica – fósseis de idade, característicos ou estratigráficos – possibilitam estabelecer a relação entre a idade dos terrenos em que se encontram.
Trabalho elaborado por:
Juliana Samorinha
12ºA